O tratamento "Corneal Collagen Crosslink with Riboflavine" ou crosslinking (CXL) como é conhecido internacionalmente, ou simplesmente "Crosslink" aqui no Brasil, sem dúvida é uma técnica promissora. Os estudos iniciais mostram que a utilização da técnica aumenta a resistência bio-mecânica da córnea, interrompendo a evolução do ceratocone, sendo que em alguns casos há necessidade de re-tratamentos em aproximadamente 3 a 4 anos. O uso da técnica do CXL em conjunto com o implante de anéis intracorneanos também é promissor, não cura o ceratocone, mas permite um aplanamento da córnea e diminuição das irregularidades da córnea e com a adição do "crosslink" e em casos iniciais é possível se obter uma visão satisafatória, sem ou com correção de óculos. Em outros casos, ainda existe a necessidade de se adaptar lentes de contato, preferencialmente as rígidas gás permeáveis (RGPs) que proporcionam melhor acuidade visual e melhor resposta fisiológica da córnea.
O CXL não é uma técnica simples, mas sim menos invasiva
O CXL não é tão simples como as pessoas pensam. Existem variáveis importantes, desde a calibragem do raio ultravioleta, a profundidade de raspagem do epitélio, o método de raspagem, a quantidade de riboflavina, o tempo de exposição ao raio ultravioleta, a distância segura a ser aplicado, a resposta fisiológica da córnea, a paquimetria (espessura da córnea), a microscopia especular, etc. O procedimento é absolutamente experimental, e as pessoas candidatas a esta técnica estão submentendo-se a experiências e estudos que levarão a um aperfeiçoamento da técnica. No Brasil, estudos feitos na Unifesp, no Instituto da Visão , na UFRJ e no Hospital Oftalmológico de Sorocaba com essa técnica iniciaram recentemente. Há ainda a necessidade de mais tempo para que possam ser completados estudos que trarão novas informações e aprendizado a oftalmologia brasileira assim como os pioneiros que iniciaram estes estudos há cerca de 3 ou mais anos. Estudos ainda são recentes, logo a amostragem de pacientes para avaliação a longo prazo ainda é muito baixa, embora os estudos sejam sem dúvida promissores.
O que nos reserva o futuro no tratamento do ceratocone?
Vejo com bastante reserva a idéia de que em breve oftalmologistas no Brasil e no exterior resolvam fazer as primeiras experiências com a combinação de técnicas de tratamento, por exemplo: implante de anéis intraestromais (intracorneanos), Crosslink e depois PRK (ou Lasik?). Quando mencionei que vejo com reserva essa possível situação, digo apenas por cautela, pois é importante lembrar que a córnea é uma estrutura frágil e que submetê-la a três procedimentos cirúrgicos, mesmo que de diferentes "níveis de invasão", é no mínimo temeroso e discutível, devido ao maior risco que isso pode oferecer ao paciente. Já existe o uso de técnicas combinadas, como mostrarei a seguir, a primeira o CXL com implante de anéis, que vem sendo testado e experimentado já há alguns anos, e o CXL com PRK (Photorefractive Keratotomy por excimer laser). A combinação das três técnicas possivelmente já está sendo utilizada, mas os resultados e dados científicos não existem.
O que a comunidade científica deve honrar e lutar sempre é que os profissionais apresentem não somente os resultados bons, mas também que apresentem os maus resultados ou complicações, desta forma poderá-se evoluir e até mesmo prevenir futuros casos candidatos ao insucesso. É comum alguns médicos apresentarem em congressos seus trabalhos de sucesso, deixando algumas vezes os problemas "engavetados", até mesmo porque ninguém gosta de admitir um mau resultado, e isso é comum, embora não seja o caminho mais saudável a tomar.
A seguir, vídeo falando do CXL com implante de anéis:
http://www.youtube.com/watch?v=lwkyCxCNrGc
E outro falando sobre o CXL e o PRK:
http://www.youtube.com/watch?v=WM6VgkjcHpQ
O CXL não é uma técnica simples, mas sim menos invasiva
O CXL não é tão simples como as pessoas pensam. Existem variáveis importantes, desde a calibragem do raio ultravioleta, a profundidade de raspagem do epitélio, o método de raspagem, a quantidade de riboflavina, o tempo de exposição ao raio ultravioleta, a distância segura a ser aplicado, a resposta fisiológica da córnea, a paquimetria (espessura da córnea), a microscopia especular, etc. O procedimento é absolutamente experimental, e as pessoas candidatas a esta técnica estão submentendo-se a experiências e estudos que levarão a um aperfeiçoamento da técnica. No Brasil, estudos feitos na Unifesp, no Instituto da Visão , na UFRJ e no Hospital Oftalmológico de Sorocaba com essa técnica iniciaram recentemente. Há ainda a necessidade de mais tempo para que possam ser completados estudos que trarão novas informações e aprendizado a oftalmologia brasileira assim como os pioneiros que iniciaram estes estudos há cerca de 3 ou mais anos. Estudos ainda são recentes, logo a amostragem de pacientes para avaliação a longo prazo ainda é muito baixa, embora os estudos sejam sem dúvida promissores.
O que nos reserva o futuro no tratamento do ceratocone?
Vejo com bastante reserva a idéia de que em breve oftalmologistas no Brasil e no exterior resolvam fazer as primeiras experiências com a combinação de técnicas de tratamento, por exemplo: implante de anéis intraestromais (intracorneanos), Crosslink e depois PRK (ou Lasik?). Quando mencionei que vejo com reserva essa possível situação, digo apenas por cautela, pois é importante lembrar que a córnea é uma estrutura frágil e que submetê-la a três procedimentos cirúrgicos, mesmo que de diferentes "níveis de invasão", é no mínimo temeroso e discutível, devido ao maior risco que isso pode oferecer ao paciente. Já existe o uso de técnicas combinadas, como mostrarei a seguir, a primeira o CXL com implante de anéis, que vem sendo testado e experimentado já há alguns anos, e o CXL com PRK (Photorefractive Keratotomy por excimer laser). A combinação das três técnicas possivelmente já está sendo utilizada, mas os resultados e dados científicos não existem.
O que a comunidade científica deve honrar e lutar sempre é que os profissionais apresentem não somente os resultados bons, mas também que apresentem os maus resultados ou complicações, desta forma poderá-se evoluir e até mesmo prevenir futuros casos candidatos ao insucesso. É comum alguns médicos apresentarem em congressos seus trabalhos de sucesso, deixando algumas vezes os problemas "engavetados", até mesmo porque ninguém gosta de admitir um mau resultado, e isso é comum, embora não seja o caminho mais saudável a tomar.
A seguir, vídeo falando do CXL com implante de anéis:
http://www.youtube.com/watch?v=lwkyCxCNrGc
E outro falando sobre o CXL e o PRK:
http://www.youtube.com/watch?v=WM6VgkjcHpQ
Na medida em que relatos e estudos estiverem disponíveis, estes serão postados aqui no Blog Ceratocone e Tratamentos. Para maiores informações e conectividade, acesse também o Fórum Ultralentes!
202 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 202 de 202Boa tarde,, tenho 39 anos e moro no Rio de Janeiro. Em 2001 fiz cirurgia de Miopia e Astigmatismo no método Lasik. O grau praticamente zerou. Porém desde 2011 voltei a usar óculos e o astigmatismo e miopia voltaram. O astigmatismo estacionou em 1,50 D e 1 E. Porém o que me assusta é a Miopia que vem aumentando quase 1 grau por ano. Hoje estou com 6,25 de miopia no olho direito e 6 de miopia no olho esquerdo. Venho fazendo diversos exames e minha oftalmologista tem dúvida se o aumento da miopia se deve a ectásia Pós Lasik (Ceratocone) ou a Catarata que tenho nos dois olhos. O que vocês acham? A Catarata justificaria tal aumento de miopia?
Anônimo,
Provavelmente o aumento da miopia que vem ocorrendo deve-se a sequela da cirurgia refrativa que causou uma patologia chamada Ectasia Iatrogênica Pós-Lasik. Não tem relação com catarata, talvez nem tenha catarata, se foi mencionado isso tenha por segurança a opinião de outros dois especialistas. É importante fazer topografias ou até melhor, Pentacam (tomografia de segmento anterior) para acompanhar.
Uma alternativa que pode ser estudada para deter a progressão do caso é o Crosslinking de Colágeno Corneano com Riboflavina sob raio ultravioleta, ou simplesmente Crosslinking (CXL). Esta técnica visa somente deter a progressão e piora do caso.
Postar um comentário